Farmacêutica afirma que a automedição está entre os principais hábitos dos brasileiros atualmente

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define que automedicação é a prática de utilizar medicamentos por conta própria sem prescrição médica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade dos medicamentos são dispensados ou vendidos de forma inadequada.

No Brasil, esses dados são mais preocupantes, um estudo realizado pelo Instituto DataFolha a pedido do Conselho Federal de Farmácia (CFF), apontou que cerca de 80% das pessoas que vivem no país tem o hábito de se automedicar, e 25% fazem o uso de medicamentos diariamente ou pelo menos uma vez por semana.

De acordo com a Farmacêutica do Hospital Nossa Senhora das Graças, Camila de Paula Costa, o uso de medicamentos de forma incorreta pode provocar agravamento de doenças por omitir determinados sintomas. “Se a medicação for um antibiótico, deve-se redobrar a atenção. O uso abusivo dessas substâncias facilita aumento a resistência a microrganismos”, informa.

Outra preocupação é a combinação inadequada, um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro, ocasionando consequências como: intoxicação, reações alérgicas, dependência e até a morte.

Anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares também estão na lista dos mais utilizados. Em caso de intoxicação, é fundamental procurar imediatamente uma unidade de saúde mais próxima e levar a caixa ou frasco do fármaco ingerido.

“O hábito de automedicar se tornou banal devido a quantidade de medicamentos liberados no mercado sem prescrição. A falta de informação também é o principal fator, pois muitas pessoas não tem noção do risco que estão correndo”, afirma Camila.

Tratamento precoce contra a Covid-19

Anunciados pelo governo federal como medicamentos preventivos mesmo sem comprovação científica, a hidroxicloroquina e a ivermectina podem causar diversos danos a saúde quando utilizados de forma descometida e sem acompanhamento. As vendas desses fármacos cresceram consideravelmente em 2020. Já existem registros em todo Brasil de pacientes com quadros de hepatite medicamentosa e que precisaram realizar transplante fígado.

“Outro risco é a insuficiência renal. Como a hidroxicloroquina é excretada pelos rins, parte do medicamento pode acumular nos rins e prejudicar o funcionamento”, ressalta a farmacêutica.

Medicamentos Controlados

Substâncias como Rivotril e Ritalina não poderiam chegar as mãos do consumidor sem prescrição médica, porém, existem casos de pessoas que utilizam de forma descontrolada e muitas vezes podem ocasionar em distúrbios psicológicos ainda mais graves.

Através de uma nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou que entre as principais penalidades para a venda de medicamento controlado sem receita médica estão: advertência, podendo chegar à interdição e até cancelamento do alvará do estabelecimento. A multa pode variar de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão e pode ser considerado crime enquadrado como tráfico de drogas. A punição nesses casos varia entre 5 e 15 anos de prisão.

Por: Marina Andrade

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