A Campanha Setembro Verde reforçou a importância da conscientização e da necessidade de doar órgãos, mas a quebra dos tabus e a transformação da doação em esperança para milhares de pessoas na fila de espera devem ser atitudes constantes e permanentes na sociedade.
A doação de órgãos é um gesto de amor ao próximo, capaz de salvar vidas e devolver a esperança a quem luta contra doenças graves. Apesar dos avanços no sistema de transplantes, ainda enfrentamos mitos e desinformação que geram resistência em muitas famílias. Por isso, campanhas como o Setembro Verde são fundamentais para aumentar a conscientização e promover a doação de órgãos como uma causa vital.
A coordenadora de enfermagem do CTI Adulto do Hospital Nossa Senhora das Graças, Paula Cristeli Santos, destaca que a doação de órgãos não só melhora a qualidade de vida de muitas pessoas como reduz significativamente as longas filas de espera. Ela lembra que o primeiro passo para quem quer se tornar um doador é informar-se, conversar com a família e registrar o desejo em documentos oficiais.
Ainda hoje, a doação de órgãos enfrenta desafios como o tabu social, crenças erradas e desinformação. Segundo Paula, é comum o receio de falar sobre o tema, principalmente por conta de mitos como o medo da morte ou a desconfiança no processo de doação. “Esses receios acabam dificultando a aceitação das famílias e atrasam o processo de salvar vidas”, afirma.
A legislação brasileira, regida pela Lei nº 9.434/1997, garante um sistema transparente e gratuito para o receptor, garantindo que a doação seja feita de forma segura e com total imparcialidade. “Qualquer pessoa saudável pode ser doadora, desde que passe por avaliações médicas rigorosas”, explica Paula.
A definição da doação pode ser feita ainda com a pessoa em vida, o mais importante é que a família seja comunicada da sua vontade. Órgãos como rins, fígado, pulmões e até tecidos como córneas podem ser aproveitados para salvar ou melhorar a vida de outras pessoas. “Qualquer pessoa pode ser doadora desde que esteja em condições saudáveis e passe por avaliações médicas, com exames e checagens. Além disso, deve haver compatibilidade entre o doador e o receptor”, destaca a enfermeira.
Entre os órgãos mais doados, destacam-se os rins e o fígado, ambos com alta demanda. A coordenadora finaliza reforçando a importância de conversarmos com nossos familiares sobre o desejo de sermos doadores. Esse simples ato pode representar uma nova chance para quem precisa.
Checklist para Quem Deseja Ser Doador de Órgãos:
o Pesquise sobre a doação de órgãos, critérios, e como o processo funciona.
o Entenda a diferença entre doação em vida e após a morte.
o Comunique sua decisão de ser doador.
o Esclareça suas intenções e tire dúvidas da família para garantir que seu desejo seja respeitado.
o Embora não seja obrigatório, você pode registrar seu desejo em documentos oficiais, como a diretiva antecipada de vontade ou testamento vital.
o Manter-se saudável aumenta as chances de ser um doador viável.
o Faça exames regulares e siga as orientações médicas.
o Familiarize-se com a Lei nº 9.434/1997, que regulamenta a doação e o transplante de órgãos no Brasil.
o Saiba que, em caso de morte, a decisão final será da família, mesmo que você tenha manifestado o desejo de doar.
o Participe e divulgue campanhas como o Setembro Verde.
o Espalhe informações corretas e combata mitos sobre a doação de órgãos.
o Se desejar doar órgãos em vida, informe-se sobre os critérios e compatibilidades necessárias.
o Em alguns países, existem bancos de dados para doadores. Certifique-se de manter essas informações atualizadas.
o Declarar publicamente que você é doador pode ajudar a incentivar outras pessoas a tomarem a mesma atitude.
o Ajude a quebrar o tabu e promova discussões sobre a doação de órgãos entre amigos, colegas e familiares.
Essa lista simples pode ajudar a salvar vidas e oferecer esperança a milhares de pessoas que aguardam por um transplante.
“Diga sim à doação de órgãos e ajude a salvar vidas.”